Ao
final do ano letivo, as obras distribuídas gratuitamente para os alunos
da rede pública de ensino, são devolvidas para uso de outros estudantes
no ano seguinte
No
dia 27 de fevereiro é celebrado o Dia Nacional do Livro Didático. A
história que resultou na criação desta data inclui o surgimento do
Instituto Nacional do Livro, em 1929 e a política oficial do Programa
Nacional do Livro Didático (Pndl), em 1985. De lá para cá, há
regularmente uma distribuição de obras didáticas aos alunos da rede
pública de ensino.
Segundo
Cléo Busatto, escritora, contadora de histórias e Mestre em Teoria
Literária, estes livros tem sido as importantes ferramentas utilizadas
pelos professores dentro da sala de aula. “Ele é fundamental para a
formação das estratégias de ensino, já que norteia as ações do
educador”, observa. “Além disso, quando cada aluno possui seu exemplar,
fica mais fácil trabalhar com os exercícios na sala e com as lições de
casa”, complementa.
Para o aluno
Atualmente,
a diversidade tecnológica como a televisão, vídeo games e a Internet,
podem dificultar o processo de interesse no livro didático por parte dos
alunos. Cléo ressalta que além de uma formação continuada do educador,
que faz com que ele aborde a obra sobre várias aspectos, é fundamental
que o conteúdo educacional vá além do impresso. “Hoje, não podemos
pensar em educação sem considerar várias mídias. Audiolivros, conteúdos
interativos e virtuais potencializam o processo de ensino e de aprendizagem de qualquer idade”, explica a escritora.
Preservação
Segundo
Cléo, o cuidado com o livro precisa ser feito diariamente para que ao
fim do ano, os alunos possam devolvê-los em um bom estado de
conservação, podendo ser usado por outro estudante. “A obra deve ser
folheada delicadamente. Não dobrar as páginas e cuidar com o tipo de
material que irá usar para encaderná-los são cuidados básicos que os
alunos devem ter”, lembra. “Não utilizar fitas adesivas e cola branca na
hora de restaurar um fragmento também é importante, já que estes
produtos causam manchas irreversíveis sobre a superfície aplicada”,
finaliza a literária.
Investimentos
O
governo federal investiu mais de um bilhão de reais, para garantir
material escolar gratuito a mais de 42 milhões de estudantes da rede
pública de ensino. Para este ano, a previsão é de que mais 66 milhões de
reais sejam usados para a compra de obras literárias e
técnico-científicas. A estimativa do Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (Fnde) é de que aproximadamente 140 milhões de livros sejam
distribuídos este ano, às secretarias estaduais e municipais de
educação, por meio do Pndl e a Biblioteca da Escola (Pnbe).
Sobre Cléo Busatto
Cléo
Busatto é uma artista da palavra. Escritora, contadora de histórias e
especialista em literatura infantil e juvenil. Mestre em Teoria
Literária pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e
pesquisadora transdisciplinar formada pelo Centro de
Transdisciplinaridade (Cetrans). Como mediadora em projetos sobre
oralidade, leitura e literatura formou mais de 50.000 pessoas em
oficinas e palestras, e contou histórias para mais de 100.000, no Brasil
e exterior. Investiga a narração oral no meio digital e produz
softwares educativos. Suas obras fazem parte de programas de leitura e catálogos internacionais, como o Bologna Children’s Book Fair.