sábado, 24 de março de 2012

Alerta Fiscal abriu negociações com 495 empresas em débito com o Estado

A Receita Estadual abriu negociações com 495 empresas que têm débito de impostos com o Estado durante a operação Alerta Fiscal, realizada nesta semana em Curitiba e cidades vizinhas. O número de superou a meta proposta aos fiscais, que previa o contato com 400 empresas devedoras do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
“O efeito de propagação da atuação dos fiscais foi enorme”, conta o diretor da Receita Estadual, Gilberto Della Coletta. Segundo ele, um grande número de estabelecimentos entrou em contato espontaneamente em busca de informações sobre a liquidação ou parcelamento de seus débitos.
Do total de empresas que procuraram a Receita nos últimos dias, 120 fizeram acordo para parcelar dívidas que somam R$ 18,2 milhões. Deste valor, R$ 899.358,65 já foram recolhidos aos cofres do Estado no período do Alerta Fiscal. Outras 52 empresas, cujas dívidas somam R$ 38,9 milhões, demonstraram intenção de parcelar os débitos. As demais se comprometeram a fazer alguma manifestação nos próximos dias.
Coletta explicou nesta quinta-feira (23/03), durante entrevista para a imprensa para fazer um balanço da operação, que mesmo as empresas que já fecharam acordos poderão se beneficiar da Lei Estadual 17.082, que entra em vigor em junho, que reduz a multa e os juros de dívidas anteriores a 2011 e o uso de precatórios para saldá-las.
De acordo com ele, o pagamento à vista dará 95% de desconto na multa e 80% nos juros; o parcelamento em 60 vezes oferece 80% e 60% de redução de multas e juros; e, no caso de parcelamento em 120 vezes, os descontos previstos são de 65% e 50%.
NÚMEROS - Em Curitiba e na Região Metropolitana os resultados obtidos pelo Alerta Fiscal foram bastante parecidos com os computados nas operações anteriores feitas em Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel, no ano passado. Um dos dados relevantes foi a apreensão de 209 equipamentos chamados Emissor de Cupom Fiscal (ECF), suspeitos de adulteração e de fraudar o Fisco por não registrar as vendas realizadas.
Cerca de 4% dos 2.854 veículos verificados foram flagrados com o Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) atrasado. No universo de 3.738 empresas visitadas no comércio varejista, foram lavrados 116 autos de infração por irregularidades relativas ao ICMS e multas, somando R$ 181.265,94.
“Uma forma de a própria população colaborar na fiscalização do comércio varejista é a exigência de nota fiscal, já que o consumidor paga o ICMS embutido nas mercadorias que compra”, disse Coletta. “Ao comerciante cabe apenas repassar o valor para a Receita Estadual”, explicou o diretor da Receita Estadual.
Na maioria das vezes, de acordo com os técnicos, o consumidor não consegue checar a validade do cupom que recebe. Eles orientam que há, no entanto, alguns itens possíveis de serem avaliados: a presença do número do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do estabelecimento, inscrição estadual e a razão social, além de trazer a identificação “Cupom Fiscal” em destaque.
Os 300 auditores fiscais e 12 procuradores do Estado, reunidos para a operação, também autuaram seis transportadoras e 12 postos de combustível. Foram lavradas 144 multas nos bloqueios para controle no transporte de mercadorias, além de 10 autuações nos Correios e sete no Aeroporto Afonso Pena em função de remessas sem a correta documentação fiscal.
OPERAÇÃO - A operação Alerta Fiscal procura chamar a atenção do contribuinte e orientar a população para a necessidade de recolhimento de impostos. Até o final deste ano, devem ser realizadas mais três, não necessariamente em cidades diferentes.
Além da concentração da fiscalização em determinadas localidades, durante três dias, as delegacias regionais da Receita Estadual continuam o processo no dia-a-dia. “Além da fiscalização ostensiva, de cobrança, a operação tem o propósito de prevenir, informar e orientar o contribuinte”, explica o inspetor-geral de Fiscalização e coordenador da operação, Clovis Rogge.
“A própria divulgação que a imprensa faz durante a operação aumenta bastante o número de interessados em saldar dívidas”, afirma ele. “O retorno que a Receita Estadual obtém não aparece de imediato. Mas é possível perceber um aumento da arrecadação”, completou Della Colleta.

Governo começa por Londrina reforço na infraestrutura da segurança pública

O governador Beto Richa autorizou nesta sexta-feira (23), em Londrina, a abertura de licitação para a construção da nova sede do Instituto Médico Legal (IML) na cidade. A medida faz parte do pacote de investimentos de R$ 100 milhões na expansão e melhoria da infraestrutura de segurança no Paraná, autorizado pelo governador no início do mês, também em Londrina. Richa também fez a entrega oficial do prédio da 10ª Subdivisão Policial, antiga sede do cadeião de Londrina, ao Sistema Fecomércio, que revitalizará o imóvel para abertura de um centro cultural.
O governador Beto Richa anunciou uma série de projetos para Londrina incluídos no pacote de investimentos em segurança. Serão construídas novas sedes para a Policia Civil – a Delegacia Cidadã, um projeto moderno no qual serão aplicados R$ 10 milhões – e para o comando regional da Polícia Militar. Também faz parte do planejamento a construção de uma sede para o Instituto de Criminalística, a instalação da primeira base descentralizada do Grupamento Aeropolicial e Resgate Aéreo (Graer) e a construção de uma delegacia especializada em homicídios.
“Começamos por Londrina a verdadeira revolução na segurança do Paraná. É um pacote de investimentos grande que irá garantir mais segurança ao cidadão. Essa área é tratada como prioridade absoluta do nosso governo”, disse o governador. Richa destacou ainda avanços nas áreas de saúde e infraestrutura no município. “Fizemos investimentos expressivos no aeroporto e hospital da cidade”, afirmou.
O secretário de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida Cesar, disse que os recursos para a construção da nova sede do Instituto Médico Legal em Londrina estão assegurados. “A nova unidade será moderna, com acessibilidade adequada e respeitando o meio ambiente”, afirmou. De acordo com o secretário, além das unidades do IML, os R$ 100 milhões autorizados pelo governador recursos serão utilizados ainda para a aquisição de 3 mil novas viaturas, construção de 40 novas delegacias e para a instalação dos módulos policiais móveis, que serão formados por um trailer, duas motos e uma viatura da Polícia Militar.
IML – O IML de Londrina está instalado atualmente em um imóvel alugado na Avenida Tiradentes, na zona oeste da cidade. Para a construção da nova sede serão investidos cerca de R$ 5 milhões. Em breve o governo estadual também autorizará os procedimentos licitatórios para as obras das novas unidades de Maringá e Curitiba.
O IML de Londrina produz cerca de mil laudos por mês e tem 40 funcionários, entre peritos, auxiliares, motoristas e terceirizados. De acordo com a diretora administrativa do órgão, Cristiane de Souza, a expectativa é que a nova unidade permita melhorar o atendimento à população e ofereça condições adequadas de trabalho aos profissionais. “Estamos em um prédio com infraestrutura comprometida, sem cadeiras na recepção e com ventilação ruim. A construção da nova sede permitirá um atendimento digno ao cidadão”, garantiu a diretora.
O evento contou com a presença do prefeito de Londrina, Barbosa Neto, dos deputados federais Alex Canziani e Ratinho Junior e do deputado estadual Luiz Eduardo Cheida.
CADEIÃO – O prédio da 10ª Subdivisão Policial, com 5 mil metros quadrados, foi cedido pelo Estado à Fecomércio em regime de comodato, pelo período de 20 anos. A entidade investirá R$ 1,8 milhão na reforma das celas, que irão abrigar auditórios, bibliotecas e espaços para espetáculos musicais e teatrais. O órgão esperava a liberação do espaço desde o final de 2010, quando fechou um convênio com o governo estadual e o município.
O prédio abrigou durante 45 anos o cadeião do município, desativado em 1994, com a transferência dos presos para a Penitenciária Estadual de Londrina. “É um local que agora se transforma em um espaço de cidadania e cultura, atendendo a uma reivindicação antiga”, disse o governador. Richa lembrou que, em parceria com a Prefeitura de Curitiba, a Fecomércio revitalizou o paço municipal da capital.
O presidente do Fecomércio, Darci Piana, explica que as características do imóvel serão mantidas para preservar a história do prédio. Ele estima que as obras sejam concluídas em 2013. “Graças ao bom entendimento com o governo estadual e com a prefeitura de Londrina, vamos restaurar o cadeião e transformá-lo num ícone histórico e cultural do município”, disse ele.
Setores da Polícia Civil que funcionavam no local foram transferidos para outras localidades. O Centro de Triagem funcionará nos fundos da 10ª Subdivisão Policial e as delegacias de Homicídios e de Elaboração de Boletins de Ocorrência serão transferidas para as dependências da Delegacia de Trânsito.
CINE TEATRO – Antes da solenidade de repasse do imóvel à Fecomércio, o governador Beto Richa visitou as instalações do Cine Teatro Ouro Verde, em Londrina, destruído por um incêndio no mês de fevereiro. Richa destacou que equipes técnicas do Patrimônio Estadual e da União irão vistoriar o estabelecimento no dia 3 de abril para autorizar a licitação para as obras de reforma.
“Estamos tomando as providências para que esse prédio, que é um ícone de Londrina, seja reconstruído o mais cedo possível”, disse o governador, que visitou o local acompanhado do secretário de Cultura, Paulino Viapiana.
O Cine Teatro Ouro Verde, projetado pelo arquiteto Villanova Artigas por iniciativa de três pioneiros de Londrina – Celso Garcia Cid, Jordão Santoro e o Ângelo Pesarini – é o espaço cultural mais tradicional da cidade. Construído em 1952 e tombado pelo Governo do Estado em 1998, tem palco de 120 metros quadrados e capacidade para 853 pessoas.

Fábrica de R$ 6,8 bilhões da Klabin vai gerar receita para 12 municípios

O governador Beto Richa recebeu nesta quinta-feira (22) a diretoria da Klabin Papel e Celulose e prefeitos de doze municípios dos Campos Gerais e Norte Pioneiro para assinatura de um convênio pelo qual os municípios concordam em compartilhar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) proveniente das operações de uma nova fábrica de celulose que a empresa vai construir no Estado.
O novo empreendimento da Klabin tem investimento previsto de R$ 6,8 bilhões, e será enquadrado no programa de incentivos fiscais Paraná Competitivo. A produção projetada é de 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano e deve iniciada ao final de 2014.
“Este é o maior investimento do setor privado na história do Paraná e pode mudar a realidade de uma região muito carente”, afirmou o governador Beto Richa. Segundo ele, cinco dos dez municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano do Paraná estão localizados na região que receberá o empreendimento.
A sede da nova fábrica, que ainda está em estudo, será em um dos 12 municípios conveniados: Cândido de Abreu, Congoinhas, Curiúva, Imbaú, Ortigueira, Reserva, Rio Branco do Ivaí, São Jerônimo da Serra, Sapopema, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania.
O governador elogiou a iniciativa da Klabin em promover a partilha dos tributos gerados pelo novo empreendimento, em vez de concentrar em apenas um município. “É uma demonstração de grande senso de responsabilidade social”, disse.
Ele afirmou que o governo está trabalhando em dobro para recuperar o tempo e as oportunidades perdidas na atração de investimento de empresas que geram emprego, renda e riquezas. Como resultado, citou os R$ 9 bilhões em investimentos anunciados e outros R$ 15 bilhões em negociação no programa Paraná Competitivo.
Richa reforçou ainda que o Estado está investindo fortemente na melhoria da infraestrutura, com pacotes de obras rodoviárias, em aeroportos, no porto de Paranaguá, e a negociação com concessionárias de rodovias para retomada dos investimentos. “Hoje existe segurança jurídica, estabilidade política e o Estado têm total interesse nos benefícios que os investimentos do setor privado podem trazer para a nossa gente”, afirmou Richa.
APOIO - O diretor geral da Klabin, Fabio Schvartsman, disse que a decisão sobre a sede do futuro empreendimento deve ser anunciada nos próximos meses e que a empresa se sente confortável em fazer o investimento no Paraná, porque recebeu todo apoio necessário do governo Beto Richa. Ele também elogiou a decisão dos prefeitos, de abrir mão de parte do imposto para compartilhar com os vizinhos. “Esperamos que este possa ser o início de um comportamento diferente”, disse Schvartsman.
O executivo disse que a empresa espera que toda a região passe por um surto de desenvolvimento. “Não faz sentido ter apenas uma ilha de prosperidade, como herança do Brasil antigo. Esta é a semente de um Brasil novo, que compartilha, e de empresas com responsabilidade social e preocupação com o desenvolvimento regional”, afirmou.
De acordo com o diretor, o clima e o solo da região paranaense onde o empreendimento será implantado são os melhores do mundo, porque propiciam o crescimento rápido das florestas de eucalipto (para fibra curta) e pinus (fibra longa), que serão usados na nova fábrica. “É um fator que torna nossos custos mais baixos e permite competir por igual com empresas de qualquer parte do mundo, mesmo em ambiente de crise”, afirmou.
DIVISÃO — Cada município aprovou uma lei pela qual concorda com a divisão do Valor Adicionado para o retorno do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), considerando-se o princípio da mútua colaboração de natureza fiscal, previsto no Código Tributário nacional. O município sede da indústria ficará com 50% do tributo e os 50% restantes serão partilhados entre todos os municípios fornecedores de matéria prima.
A divisão atende critérios que consideram o volume de madeira abastecido às fábricas da Klabin no Paraná, o número de habitantes e a evolução municipal do Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), indicador que mede o desempenho da gestão e ações públicas dos 399 municípios paranaenses.
A nova unidade da Klabin, empresa que é líder no mercado de papéis na América Latina, é o único projeto em andamento no Brasil que combinará a produção de celulose de fibra curta e de fibra longa. Todos os projetos são de fibra curta, que é insumo para papel de impressão, papel higiênico e outros. A fibra longa, que será produzida a partir do pinus, é usada para embalagens, absorventes higiênicos e fraldas, por exemplo.
O prefeito de Tibagi, Sinval Ferreira da Silva, disse que o momento é histórico para a região, porque demonstra que o modelo antigo, implantado há mais de 50 anos, está sendo modificado. Ele elogiou os prefeitos pelo esforço para aprovação das leis nas câmaras municipais. “Esperamos o desenvolvimento, a melhoria do IDH na nossa região e que gostaríamos que este modelo fosse replicado para outras regiões que estão recebendo investimentos”, disse Silva.
Para o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, a iniciativa pode ser replicada para setores como a indústria integrada de produção de carne de frangos e de suínos. “É preciso distribuir a riqueza e esse exemplo é fantástico, por isso vamos repetir no estado, ampliando as oportunidades para os paranaenses”, disse Barros.
O secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, disse que a Klabin é um grupo muito forte, que contribui com o Paraná há muitos anos, e que apresentou uma proposta nunca vista. “É uma posição histórica, de grande importância e que mostra que a empresa está integrada com o novo Paraná”, afirmou Hauly.
Segundo ele, o estado está desenvolvendo as cadeias produtivas em conjunto com as entidades do setor produtivo e os programas de desenvolvimento como o Paraná Competitivo estão sendo consolidados.
Participaram do encontro os deputados estaduais Alexandre Curi e Cleiton Kielse, os prefeitos de Congoinhas, Luiz Henrique Cursino; Imbaú, Lauir de Olveira; Ortigueira, Geraldo Magela do Nascimento; Reserva, Frederico Bittencourt Hornung Neto; Rio Branco do Ivaí, Rui Manoel Lopes dos Santos; São Jerônimo da Serra, Carlos Sutil; Telêmaco Borba, Eros Danilo Araújo; Tibagi, Silval Ferreira da Silva; e de Ventania, Ocimar Bahanert de Camargo; além dos diretores Klabin na área jurídica, Joaquim Miro Neto; planejamento, Francisco Razzolin; e o diretor florestal, José Artemio Totti.

Os Encontros na Rússia buscam o fim do embargo à carne brasileira

Um dos compromissos mais importantes da viagem à Europa do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, no final do mês, será a discussão dos últimos entraves para acabar com o embargo russo à carne brasileira

Mendes se reunirá com a ministra da Agricultura da Rússia, Yelena Skrynnik, no dia 30 de março de 2012, com o objetivo de apresentar o perfeito cumprimento das normas sanitárias exigidas pelas autoridades russas nos frigoríficos do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso para a retomada imediata da comercialização.

"Já recebi a confirmação da liberação de uma planta e da audiência com a ministra no dia 30. Ação não vai faltar por parte do governo. Acredito que 2012 será o ano da suinocultura e do milho também", declarou durante uma reunião com lideranças políticas e produtivas do Paraná, no dia 21 de março.

Para agilizar a negociação e tentar resolver as pendências técnicas que ainda barram o comércio de carnes dos três estados com a Rússia, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Enio Marques, chegará à Moscou dois dias antes de Mendes. Ele realizará as primeiras reuniões com as autoridades daquele país e deverá definir os últimos detalhes da missão russa que visitará as plantas brasileiras em breve.

Segundo Mendes, a viagem à Europa reforçará as políticas de expansão comercial que o Ministério vem adotando nos últimos tempos. Além da recente autorização de venda de carne suína para o mercado norte-americano, as tratativas de ampliação com a China e de abertura do Japão, afirma ele, estão bastante avançadas. Antes de cumprir agenda na Rússia, o ministro participará de encontros na Albânia, Hungria e Inglaterra.

O Estado de Minas Gerais inicia implantação de Territórios de Agricultura Irrigada

Os três primeiros Territórios de Agricultura Irrigada de Minas Gerais deverão ser implantados a partir de julho de 2012

De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), até o fim do primeiro semestre serão definidas as ações necessárias para a ampliação e aprimoramento da agricultura irrigada nesses territórios, que abrangem as bacias dos rios Paranaíba e Jequitinhonha e a Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Território de Agricultura Irrigada é uma região geográfica delimitada por uma bacia hidrográfica, ou parte de uma bacia hidrográfica, tendo como base as Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH). O Estado de Minas Gerais está dividido em 36 unidades, e em 29 delas serão implantados territórios nos próximos três anos.

De acordo com o secretário adjunto de Agricultura, Paulo Romano, o passo seguinte à definição dos três primeiros Territórios de Agricultura Irrigada de Minas será a busca de financiamento para projetos.

"Esses territórios estão sendo delineados como novo conceito de gestão territorial proposto pelo Plano Diretor de Agricultura Irrigada de Minas Gerais, que integra o Programa Estruturador Sustentabilidade e Infraestrutura no Campo, instituído em 2010 e cuja responsabilidade é da Seapa", explica.

Com base no diagnóstico da irrigação no Estado, a Secretaria da Agricultura e os parceiros no plano (Ministério da Integração Nacional por meio da Secretaria Nacional de Irrigação, e Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura -- IICA) analisaram propostas de ação governamental que possam ampliar a área irrigada e ao mesmo tempo aprimorar o manejo da água na agricultura estadual.

"Trata-se de um desafio, porque há limites de acesso à água e os produtores rurais mineiros, em algumas sub-bacias, já atingiram o limite para outorga. Entretanto, a ampliação da irrigação é cada vez mais necessária e possível, conforme as análises desenvolvidas", diz Romano.

Ele observa também que "as mudanças climáticas, que causam aumento das incertezas, as necessidades crescentes de alimentos e energia da biomassa, juntamente com as restrições ao desmatamento, tornam indispensável a expansão da agricultura irrigada."

Condições específicas

Os estudos que compõem o Plano Diretor de Agricultura Irrigada de Minas Gerais detalham as condições socioeconômicas, ambientais e culturais de cada território, município por município. Um grupo gestor integrado por representantes dos agricultores e demais usuários da água foi constituído para garantir a sustentabilidade da irrigação nos territórios já definidos. De acordo com Romano, essas pessoas participam da definição dos projetos de solução coletiva para a irrigação nas áreas, de acordo com as condições específicas das regiões.

"São processos inovadores em que o governo (Agricultura e Meio Ambiente) e produtores buscam o mesmo objetivo, o desenvolvimento sustentável", acrescenta o secretário adjunto.

Na bacia do Paranaíba, que tem tradição na agricultura irrigada, é grande a organização dos usuários. Um exemplo é o município de Araguari, onde 90% da cafeicultura depende de irrigação. A região lidera o ranking da produção de milho, com estimativa de uma safra de 1,8 milhões de toneladas em 2012, além de produção expressiva de soja e algodão.

"A função dos territórios de irrigação é substituir o modelo da busca de soluções individuais pelas coletivas, ou seja, criar condições para a reunião de todos os usuários da água para agricultura irrigada e outros, numa mesa de negociação, buscando soluções sustentáveis específicas para a bacia", ressalta Romano.

Já para a bacia do Jequitinhonha, região do semiárido, segundo Romano, "o foco é a reservação de água com prioridade para as necessidades do consumo humano e animal. O volume excedente de água deve ser destinado à produção agrícola e piscicultura em pequenas áreas para a geração de renda. No caso desse território de irrigação, o Plano Diretor prevê também o desenvolvimento de projetos para a utilização da água dos reservatórios já existentes na região, principalmente aqueles sob administração da Ruralminas, vinculada à Secretaria da Agricultura.

Romano observa que, "para o território de irrigação da Região Metropolitana de Belo Horizonte, predominam projetos voltados à qualidade da água que é usada em grande volume para a diluição e transporte de esgoto e processos de mineração". Nesse caso, ele explica, as ações propostas pelo Plano Diretor têm por objetivo melhorar as condições da irrigação das lavouras do Cinturão Verde. O projeto inclui negociações a fim de conciliar o processo de produção com a expansão imobiliária.

Segundo o secretário adjunto, os projetos dos três territórios deverão ser apresentados a instituições nacionais, como o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB) e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Ele prevê a apresentação de propostas para a concretização de mais seis territórios de irrigação até 2014.

De acordo com o Plano Diretor, o Estado terá um total de 16 territórios, todos coincidindo com as Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos (UPGRHs) do Estado definidas pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, por meio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).

Modelo mineiro

Minas Gerais tem uma área irrigada de 525 mil hectares e capacidade para irrigar 3 milhões de hectares, de maneira sustentável, respeitando as condições topográficas, climáticas e socioambientais e de acordo com o uso adequado das águas para as diversas finalidades. Já o Brasil possui área irrigada de aproximadamente 5 milhões de hectares, mas tem potencial para irrigar cerca de 30 milhões de hectares.

Por isso, segundo Romano, o Plano Diretor de Agricultura Irrigada de Minas Gerais está despertando o interesse de outros Estados, como Mato Grosso do Sul, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará e Paraná. Além disso, ele acrescenta, o Ministério da Integração Nacional considera o plano como projeto piloto para implantação do Plano Diretor Nacional de Agricultura Irrigada.

"É uma nova visão em que diretrizes estratégicas e gestão integrada valem mais do que as grandes obras físicas", finaliza.

Grão gaúcho será disputado

Com preço valorizado pela quebra da safra, abertura oficial da colheita do produto no Estado ocorre amanhã

Com a safra de soja castigada pela seca, agricultores se veem obrigados a planejar com ainda mais cuidado a venda da produção para tentar reduzir a perda. Uma disputa acirrada entre a indústria nacional e o mercado exportador promete valorizar o grão escasso. É esse cenário que marca a colheita da soja, cuja abertura oficial no Estado está prevista para amanhã, em Tupanciretã, com presença do governador Tarso Genro.

Levantamento da Fundação de Economia e Estatística (FEE) mostra que as exportações de soja em grão em janeiro e fevereiro correspondem a apenas 1,3% do negociado no mesmo período de 2011. Apesar do preço atrativo, o valor exportado é quase 10 vezes menor do que em 2005, quando a seca devastou a safra.

– Entre os motivos para a queda nas exportações estão a cautela do produtor e a absorção mais vantajosa no mercado interno – explica Bruno Caldas, economista da FEE.

Somada à produtividade reduzida, a baixa qualidade do grão desanima os agricultores, principalmente no Noroeste, onde a estimativa de quebra ultrapassa os 60%. Sem atender ao padrão para exportar, a destinação à indústria ganha força impulsionada pela produção de biodiesel gaúcha, a maior do país.

– A indústria trabalha para manter a produção, mas o mercado vai impor um limite de preço nesta disputa – observa Erasmo Battistella, diretor-presidente da BSBios, fabricante de biodiesel com sede em Passo Fundo.

A falta de chuva arrasou a lavoura de Airton Becker, 44 anos. Para driblar o desconto na hora da venda devido aos grãos murchos, o agricultor espera o resultado da colheita da soja irrigada em 15% dos 825 hectares em Boa Vista do Cadeado, no Noroeste. O destino da safra obedece à tendência do mercado.

– Vendi 40% antecipado para a indústria, mas terei de misturar grão melhor com pior para aumentar o padrão. Como a quebra foi grande, não haverá sobra para exportar – afirma.

Recomendação é armazenar e avaliar situação do mercado

A queda nas exportações preocupa o diretor do complexo Termasa-Tergrasa, Guillermo Dawson. O executivo prevê redução de 22% no volume de grãos via porto de Rio Grande, o que afeta o ponto de equilíbrio econômico do terminal. Diante da indefinição, Dawson vê no Sul esperança para amenizar as perdas.

– Pela proximidade do porto, a soja da Metade Sul deve ser mais exportada. O grão do Norte é absorvido com mais facilidade pela indústria – aponta Dawson.

Quem puder deve armazenar e avaliar o mercado antes de fechar negócio, recomendam analistas. Os demais devem calcular a relação entre produtividade e custo de produção. Até 9 de março, segundo a Safras & Mercado, 39% da soja gaúcha já havia sido vendida. Flávio Roberto de França Junior, diretor de produtos, observa que o mercado interno é o destino preferido quando há quebra de safra. Mas prevê que a forte disputa tende a valorizar ainda mais o grão, com preço inflado pelas altas no câmbio e na bolsa de Chicago.

– A perspectiva é de bom preço. Cabe ao produtor acompanhar o mercado e fazer a melhor opção – explica o analista de mercado Farias Toigo.

O Grande Humorista Chico Anysio morre aos 80 anos no Rio de Janeiro

Morreu na tarde desta sexta-feira (23) Chico Anysio, aos 80 anos, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. De acordo a nota de falecimento do centro médico, o humorista não resistiu a uma parada cardiorrespiratória.
A causa da morte ocorreu por conta de falência múltipla dos órgãos decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar. O artista foi dado como morto às 14h52.
Segundo informações divulgadas na porta do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, pelo advogado da família da Chico Anysio, Paulo Sérgio Pimpa, o humorista será velado neste sábado (24), no Teatro Municipal. A cerimônia terá início às 8h para familiares e amigos e será aberta ao público a partir das 12h. Pimpa também falou que o corpo de Chico será cremado no domingo (25) no Memorial do Carmo, conhecido popularmente como Caju.
Chico Anysio foi internado no dia 22 de dezembro, após uma infecção no aparelho digestivo e, posteriormente, diagnosticado com pneumonia. O humorista passou por uma sessão de hemodiálise na noite de quarta-feira (21) e, na tarde desta quinta, foi realizada uma punção torácica esquerda com drenagem de grande quantidade de sangue. Chico estava recebendo altas doses de medicação para controlar a pressão arterial, além de requerer o uso de ventilação artificial.
Em agosto de 2010, ele foi internado no mesmo hospital para a retirada de uma parte do intestino grosso, após apresentar um quadro de hemorragia digestiva. Depois da cirugia ele foi diagnosticado com pneumonia.
No dia 2 de dezembro, ele foi submetido a uma angioplastia, procedimento que desobstrui as artérias e, desde então, apresentou novos quadros de falta de ar. Em fevereiro deste ano, Chico Anysio apresentou um novo quadro de infecção pulmonar e voltou a fazer uso de antibióticos.
Biografia
Chico Anysio nasceu com o nome de Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, no dia 12 de abril de 1931, na cidade cearense de Maranguape, localizada a 30 km da capital do Estado, Fortaleza. Filho de um bem-sucedido proprietário de uma empresa de ônibus, Chico, como era conhecido, teve uma vida confortável até os oito anos de idade, quando a garagem da frota de seu pai sofreu um incêndio.
Deixando a família na pobreza por não possuir seguro, o pai do jovem resolveu se mudar com a família para o Rio de Janeiro, onde teria mais chances de se reerguer. Foi a viagem que mudaria para sempre o destino de Chico.
Como todo garoto, o futuro humorista tinha o sonho de ser um jogador de futebol - esporte no qual afirmava ter grandes qualidades. Certo dia, iria disputar uma partida com amigos no campo do Fluminense, onde era proibido entrar com calçados, pois isso poderia prejudicar o gramado.
No entanto, houve um contratempo e o jogo foi tranferido para outro lugar, cujo piso era de terra, impossibilitando a prática do esporte descalço. Assim, Chico voltou para casa, com o único objetivo de pegar um tênis, quando se deparou com a irmã saindo para um teste na Rádio Guanabara. O jovem resolveu ir junto e, lá, foi aprovado para ser rádio-locutor e ator. "Por isso digo que sou ator porque esqueci o tênis", costumava brincar.
Chico nasce
Chico começou bem na rádio, agradando tanto no posto de locutor quanto no de ator. Mas foi a sua criatividade que chamou mais a atenção dos poderosos do entretenimento da época. O talento para criar personagens, fazendo tipos dos mais variados, o levou ao cargo de roteirista da extinta Atlântida Cinematográfica, produtora de filmes populares que fez sucesso no Brasil entre os anos de 1941 e 1962.
Na televisão, Chico estreou em 1957, na TV Rio, com o Noite de Gala, programa musical que recebia cantores e celebridades da época. Dois anos depois, já era um artista celebrado e ganhou o humorístico Só tem Tantã, rebatizado meses depois como Chico Anysio Show.
Em 1968, foi para a TV Globo, onde, aos 37 anos, teve a oportunidade de se tornar nacionalmente conhecido. Nela, criou e participou de alguns dos mais célebres humorísticos da televisão brasileira, como Chico City, Chico Total, Escolinha do Professor Raimundo e, mais recentemente, Zorra Total.
Sem dúvida, o maior triunfo de Chico foram suas criações, tão marcantes que são lembradas até hoje pelas mais diversas gerações. O humorista tem em seu currículo mais de 70 personagens, como Alberto Roberto, Professor Raimundo, Bento Carneiro, Bozó, Justo Veríssimo, Painho, Véio Zuza, Zé Tamborim, entre tantos outros.
Multitalento
As qualidades de Chico não se limitavam à criação e interpretação de tipos engraçados. Ele também se destacou como autor de romances, contos e peças de teatro, além de ter pintado uma série de quadros, principalmente nos últimos anos de vida.
Chico também teve uma fase fraca em sua carreira e, por quase uma década, ficou impossibilitado de fazer o humor que lhe era tão característico. Apesar disso, autores de novelas o resgataram, levando-o para um nicho até então deconhecido por ele, no qual se destacou ao longo da década de 2000, quando atuou em sucessos como Caminho das Índias, Pé na Jaca e Sinhá Moça.
O humorista também tinha uma vida agitada longe da profissão. Chico foi casado seis vezes, a primeira delas com a comediante Nancy Wanderley, com quem teve um filho. Vieram depois a vedete Rose Rondelli, a atriz Alcione Mazzeo, a cantora Regina Chaves, a ministra da Fazenda do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello, e, mais recentemente, a empresária Malga di Paula, a única que não lhe deu herdeiros.
Chico teve oito filhos - Lug de Paula, Nizo Neto, Ricardo, André Lucas, Cícero, Bruno Mazzeo, Rodrigo e Vitória -, que o descreviam como um pai atencioso e amoroso.
Celebrado
Depois de anos atuando em novelas - e de muitos apelos por sua volta à comédia -, Chico ganhou um especial de fim de ano em 2009 chamado Chico e Amigos. O sucesso do programa trouxe de volta a figura do humorista à grade da programação de comédias da TV Globo, que passou a inserir semanalmente alguns de seus mais clássicos personagens no Zorra Total.
Em 2007, o cartunista Ziraldo o homenageou por seus 60 anos de carreira com o livro É Mentira, Chico?, no qual, ao lado de outros artistas renomados, criou caricaturas dos personagens de Chico.
Dois anos depois, foi a vez de ser reverenciado no Carnaval. A escola de samba Unidos do Anil, do Rio de Janeiro, desfilou com o enredo Chico Total! Sou Anil e Faço Carnaval. Em 2010, ainda recebeu homenagem na primeira edição do Risadaria, evento de humor realizado anualmente em São Paulo.

Recentemente, ainda trabalhou no cinema. Em Se Eu Fosse Você 2, até 2010 o longa recordista em bilheteria no Brasil, interpretou Olavo, e, no ano anterior, dublou o simpático velhinho Carl Fredericksen para a versão nacional da animação Up - Altas Aventuras.

Os atores prestam homenagem a Chico Anysi: Nelson Freitas, Diogo Vilela e Raul Gazolla,A atriz Claudia Jimenez, Carlos Machado que viveu Ferdinand em Fina Estampa,O ator Stênio Garcia, Integrante da Escolinha do Professor Raimundo a atriz Tássia Camargo, Um dos filhos de Chico Anysio, Rizo Neto interpretava Ptolomeu, um dos preferidos do Professor Raimundo, Orlando Drummond, Zélia Cardoso de Mello, que foi ministra da Fazenda no governo Collor se despediu do ex-marido neste sábado, O ator Bruno Mazzeo, O humorista Fábio Porchat, Lúcio Mauro Filho foi à cerimônia com a mulher Cintia Oliveira, Tom Cavalvante, David Pinheiro interpretava o personagem Armando Volta (Sambarilove) da Escolinha do Professor Raimundo, O ator e diretor Daniel Filho, O comediante Castrinho, o Geraldo da Escolinha do Professor Raimundo, A atriz Arlete Salles também foi a cerimônia para homenagear o humorista,
O humorista Hélio de la Peña falou sobre os quadros estrelados por Chico Anysio na chegada ao velório,O ator Lúcio Mauro Filho, o Tuco do programa A Grande Família, também foi à despedida de Chico Anysio, O ator Milton Gonçalves, que trabalhou com Chico Anysio, foi prestar homenagens ao colega.